sábado, 27 de dezembro de 2008

Qual o nome do problema?

“A imagem mais marcante da semana foi, para mim, a de uma pequena mão de criança, enegrecida e queimada, com seus minúsculos dedinhos apertados formando um punho e esticando-se para fora do que restou de uma fogueira humana em Ahmedabad, Gujarat, na Índia. O assassinato de crianças é uma especialidade indiana, por assim dizer. Os assassinatos cotidianos de bebês indesejados do sexo feminino, o massacre dos inocentes em Nellie, Assam, na década de 80, quando povoados se voltaram contra povoados vizinhos, o massacre de crianças sikhs em Nova Déli, durante as pavorosas chacinas de represália que se seguiram ao assassinato de Indira Ghandi: todos esses casos são testemunhos de nosso dom especial, que sempre se evidencia com mais brilho em épocas de agitação religiosa, para encharcar nossas crianças de querosene e lhes atear fogo, ou para cortar seus pescoços, sufocá-las ou simplesmente matá-las a golpes de um bom pedaço de pau. (...) "

“O discurso político importa e explica muita coisa. Mas existe algo por baixo dele, alguma coisa que não queremos olhar diretamente na cara: o fato de que, na Índia, assim como em outras partes de nosso mundo cada vez mais sombrio, a religião é um veneno que está intoxicando nosso sangue. Onde a religião intervém, nem os inocentes se salvam.
Entretanto, continuamos a evitar a discussão do assunto, falando da religião nessa linguagem moderna que é a linguagem do respeito. O que há para se respeitar nesses ou em quaisquer outros crimes que quase diariamente são cometidos pelo mundo afora em nome dessa força temida que é a religião? A religião erige totens com resultados fatais, pois é com facilidade que nos dispomos a matar por eles! E depois que o tivermos feito suficientes vezes, o entorpecimento resultante tornará mais fácil fazê-lo ainda outras.
Assim, o problema da Índia acaba revelando ser o problema do mundo. O que acontece na Índia acontece em nome de Deus. O nome do problema é Deus”.


Este é um artigo de Salman Rushdie publicado “Folha de São Paulo” de 17 de março de 2002.

Paris numa visão panorâmica e detalhada.

Paris numa visão ampla, com detalhes.Acesse o site:

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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Principais fatos da atualidade que costumam ser abordados nos vestibulares!

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Super Interessante - Especial - Todas as guerras do mundo, 2007

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Super interessante, edição especial "122 Livros para Entender o Mundo" (setembro 2008)


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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

As três galáxias que podemos ver a olho nu

Guilherme Murici Corrêa (Monitor UFMG/Frei Rosário)

Galáxias

Todos os planetas do nosso Sistema Solar orbitam o Sol, que é apenas uma dentre bilhões de estrelas que compõe a nossa galáxia: A Via Láctea. Observada e nomeada desde tempos muito remotos, foi apenas descoberto que o “caminho de leite” na verdade se tratava de um imenso número de estrelas, quando o famoso astrônomo Galileu Galilei a observou.

Quando observamos o céu em uma noite sem nuvens podemos ver milhares de estrelas dependendo das condições do local de onde observamos. Todas estas estrelas fazem parte desta galáxia em que o sistema solar está localizado. Se abstrairmos um pouco e pensarmos cada vez mais distante, haverá um momento em que será possível distinguir uma forma para esta organização de estrelas, no caso da via Láctea será uma forma espiralada praticamente planar, ou seja, a grande maioria das estrelas está localizada em um plano, o “disco” galáctico. O primeiro astrônomo a chegar a esta conclusão foi o também famoso William Herschel que mais tarde obteve confirmação de suas observações quando Harlow Shapley descreveu como as estrelas estariam organizadas em relação ao centro (bojo) da galáxia e também demonstrou que o Sol está mais próximo à borda da Via Láctea.

Fotografia da Via Láctea

As galáxias são, portanto, formadas de estrelas, milhões ou bilhões delas. Existem várias classificações para cada uma dependendo de sua forma, como por exemplo, galáxias irregulares, elípticas, espirais, como é o caso da Via Láctea, Andrômeda, entre outras. As galáxias espirais também podem possuir um formato característico que é denominado de espiral barrada.

Entre as estrelas se encontra também muito gás e poeira, de fato ¾ da massa de uma galáxia está na forma de gás e poeira. Este é o material que restou de estrelas que já “se foram” e é também o material que novas estrelas utilização para se formar. Comentando de maneira breve: Estrelas são formadas principalmente por nuvens de gás, principalmente hidrogênio, que é o elemento mais simples existente e o primeiro a sofrer o processo de fusão nuclear no ciclo de reações que ocorrem durante o período de atividade de uma estrela.

Toda essa poeira e gases existentes nas galáxias também emitem luz porque seus átomos estão sendo excitados de alguma forma pela radiação das estrelas vizinhas e quando seus respectivos elétrons retornam ao estado fundamental, estes emitem fótons. Repare estas regiões nebulosas observando, por exemplo, as partes de cores azuis e rosas nesta fotografia da galáxia M66:

M66
Observando em todas as direções é possível ver galáxias que podem estar tão perto como algumas centenas de milhares de anos luz até galáxias tão distantes que são necessários telescópios de grande porte para se fotografar e estudar. Devido a estas grandes distancias envolvidas no estudo e observação de galáxias, parece pouco provável observa-las à vista desarmada ou mesmo com pequenos telescópios ou binóculos.

Galáxia do Triangulo

Felizmente isto não é verdade, a Via Láctea possui algumas galáxias satélites, isso mesmo, assim como a lua é um satélite natural da Terra, existem galáxias pequenas quando comparadas à Via Láctea que estão gravitacionalmente relacionadas “conosco”. Este fato intrigante nos permite observar dois objetos muito interessantes que são melhores observados de latitudes mais austrais devido à suas localizações no céu.

Todas estas características peculiares são o motivo da descoberta relativamente tardia das nuvens de Magalhães. Como o nome já sugere, estes objetos que mais tarde foram estudados e percebidos como galáxias, foram descobertos pelo navegador Fernão de Magalhães em torno de 1519.

Juntamente com as nuvens de Magalhães, a grande galáxia de Andrômeda também pode ser observada à vista desarmada.


O que é possível observar a olho nu?

Infelizmente todos os detalhes, contornos e cores como visíveis por estas fotos acima somente podem ser observados através de telescópios de grande abertura que são utilizados para realizar fotografias de exposição, realçando e evidenciando características que o olho nu não conseguirá distinguir.

Por outro lado, observar o céu a olho nu é uma atividade simples e prazerosa. Quando uma observação sem instrumentos é feita com cuidado muitos objetos interessantes podem se revelar. E embora pareça difícil observar uma galáxia devido aos fatos de que estes corpos estão muito distantes e também que o brilho proveniente de uma galáxia não é concentrado como o brilho visível de uma estrela, ainda sim é possível observar estas três galáxias: A galáxia de Andrômeda, A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães. Esta observação auxilia o conhecimento dos objetos celestes e fornece um maior contato com o que observamos, já que se torna bem mais fácil observar objetos quando possuímos uma noção de orientação, das constelações e assim em diante.

É possível reconhecer que estes objetos, a primeira vista apenas manchas no céu, são de fato grupos de estrelas e, de uma maneira bem geral, vários outros objetos próximos serão melhores observados quando conseguimos identificar suas localizações como aglomerados estelares e nebulosas.

A Pequena Nuvem de Magalhães


Pequena Nuvem de Magalhães e o Aglomerado de 47 Tucano

Esta galáxia irregular está próxima à constelação do Tucano e está a menos de 200 mil anos luz da nossa galáxia. É uma galáxia satélite da nossa e possui diversos objetos nebulosos próximos como o famoso aglomerado globular de 47 Tucano. É importante lembrar que para observa-la é necessário um local com pouca poluição luminosa, além de ser mais facilmente observada quando a Lua não estiver no céu. A mancha tênue ligeiramente esbranquiçada não será confundida quando o observador se lembrar de sua localização:

Carta celeste indicando localizações das nuvens de Magalhães observando na direção E-SE e baseando-se em estrelas brilhantes

NGC 104 ou 47 tucanae é o segundo aglomerado globular mais brilhante de todo o céu

A Grande Nuvem de Magalhães

Assim como a Via Láctea e a pequena nuvem de Magalhães, a grande nuvem de Magalhães também pertence ao grupo local de galáxias e é do tipo irregular. Trata-se de um objeto que está próximo à constelação de Dorado e está a apenas cerca de 170 mil anos luz da Via Láctea. Estende-se por uma extensão consideravelmente maior que Pequena Nuvem de Magalhães e possui, similarmente, muitos objetos nebulares próximos muito interessantes como a nebulosa da tarântula.

A grande nuvem de Magalhães (LMC) e a nebulosa da tarântula, acima à esquerda.



Uma curiosidade sobre a grande nuvem de Magalhães é que sua órbita é praticamente circular ao redor da via Láctea. Observações e estudos foram realizados e este objeto é uma fonte de estudos para questões como a matéria escura (dark matter) na nossa própria galáxia.

A Nebulosa da Tarântula


A galáxia de Andrômeda

O objeto mais distante que é possível de se observar à vista desarmada, é uma grande galáxia que junto com as duas anteriores também faz parte do grupo local. Galáxia do tipo espiral que possui um diâmetro de aproximadamente 250 mil anos luz, (mais do que o dobro do diâmetro da via Láctea!) e está distante cerca de 2.9 milhões de anos luz da nossa galáxia. Possui galáxias satélites e está localizada na constelação de Andrômeda, a princesa, um dos personagens da mitologia grega. Melhor observada do hemisfério norte, possui a seguinte localização:

Também conhecida como M31, objeto 31 do catálogo do astrônomo francês Charles Messier, Andrômeda possui uma aparência bem uniforme quando observada a olho nu. O mais desafiador dos objetos desta lista é também uma bela indicação de uma região do céu próxima a estrelas muito conhecidas, principalmente no hemisfério norte. Um local com pouquíssima iluminação deve ser buscado para observar a região mais central da galáxia. Se observado por binóculos ou pequenos telescópios, o formato oval é facilmente distinguível, já quando observado por telescópios de maior abertura, detalhes mais profundos são revelados.







Três fotos da Galáxia de Andrômeda



Observar galáxias definitivamente não é uma tarefa fácil, contudo é muito interessante e divertido. Observadores que desejam ir além do sistema solar, têm um bom ponto de partida. Estas três galáxias podem ser o início de uma grande jornada através de objetos difusos mais complexos como nebulosas e galáxias mais distantes. Mesmo um observador despretensioso vai com certeza encontrar motivação para conhecer por si mesmo estes objetos.

Astrônomos fazem 1ª foto de um sistema extra-solar

RAFAEL GARCIA
da Folha de S.Paulo

Dois grupos independentes de astrônomos anunciam hoje ter conseguido avistar diretamente planetas orbitando outras estrelas. Esses corpos celestiais que orbitam outras estrelas já haviam sido detectados de modo indireto e até fotografados antes, mas as imagens obtidas dependiam de confirmação. Agora, os exoplanetas foram flagrados se movendo ao redor de suas estrelas.

Os cientistas descrevem a descoberta em dois artigos na revista "Science". Um dos grupos achou três exoplanetas em torno de uma estrela na constelação do Sagitário usando técnicas especiais para modificar imagens dos telescópios Gemini e Keck, no Havaí (EUA).

Gemini Observatory/Divulgação
Fotos tiradas por grandes telescópios mostram dois dos planetas descobertos, orbitando suas estrelas; há dúvidas sobre descoberta
A fotografia obtida pelo método, porém, não é do tipo que inspiraria efeitos especiais num filme de ficção científica. Quem esperava ver algo tão belo quanto as fotos que a sonda Cassini tira de Júpiter terá de se contentar agora com uma imagem um tanto artificial, processada por instrumentos de alta tecnologia.

Mesmo assim, dizem os astrônomos, já é um tremendo avanço. Outras técnicas se valem apenas de efeitos indiretos, como o chamado "trânsito" --a mudança de luminosidade que os exoplanetas provocavam em suas estrelas ao promover pequenos eclipses.

Outra técnica analisa a oscilação de freqüência da luz da estrela quando ela "rebola", perturbada pela gravidade de planetas.

Ser capaz de enxergar planetas dá um bocado de flexibilidade à pesquisa, disse à Folha o astrônomo Christian Marois, do Instituto Herzberg, de Victoria (Canadá), líder do estudo.

"Para ver o "trânsito", é preciso estar num alinhamento específico com o planeta e a estrela observados, numa órbita de perfil", explica o cientista, apontando limites também na técnica de oscilação. "Os três planetas que vimos agora, por exemplo, orbitam muito longe da estrela-mãe, e para conseguir detectar a assinatura do rebolado deles seria preciso esperar de 100 a 400 anos."

Segundo Gustavo Mello, do Observatório do Valongo, no Rio, que leu o estudos da "Science", ainda há porém alguma discussão na comunidade científica sobre se os objetos como os avistados por Marois são exatamente planetas.

"É bom esperar um pouquinho antes de bater o martelo, apesar de serem trabalhos convincentes", diz o cientista. Ele explica que os planetas descritos pelo canadense são até dez vezes mais maciços do que Júpiter, e isso talvez os qualifique como "anãs marrons", uma classe de objeto que é intermediária entre planeta e estrela.

AP

Imagem do telescópio Hubble mostra o planeta Fomalhaut b, descoberto por cientistas da Universidade de Berkeley
Além de Marois, escreve na "Science" o grupo de Paul Kalas, da Universidade de Berkeley, que detectou um planeta com massa bem menor (da ordem de dois Jupíteres), mas com imagem um pouco ofuscada pelo disco de gás e poeira em torno de sua estrela-mãe.

Esse mar de detritos é comum em estrelas bem mais jovens que o Sol. Por causa disso, os planetas descobertos devem ajudar o debate sobre a formação do próprio Sistema Solar. Marois afirma que o sistema descoberto por seu grupo é mesmo uma espécie de "versão ampliada do Sistema Solar".

Sua técnica, porém, ainda não vê planetas pequenos como a Terra. "Para achar esses planetas seria preciso um telescópio espacial com aparatos muito modernos", diz. "Podem se passar 20 ou 30 anos até lá."

Conheça os grandes telescópios do planeta

FELIPE MAIA
da Folha Online

Galáxias distantes, objetos longínquos e planetas revelados em imagens nítidas. Grande parte dessas belezas do Universo nunca poderia ser vista por humanos não fosse um conjunto de gigantes telescópios desenvolvidos para explorar os confins do espaço.

Com grandes espelhos, esses observatórios permitem que astrônomos analisem pequenos detalhes de estrelas, planetas e outros objetos espaciais. "Quanto maior o espelho, mais luz você consegue detectar. Então você pode observar objetos mais fracos [em termos de luminosidade] e mais distantes, ou fazer essas observações de modo mais rápido", afirma Gustavo Porto de Mello, do Observatório do Valongo, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Telescópio japonês Subaru tem espelho de 8,2 metros de diâmetro e fica em Mauna Kea, no Havaí

Em geral, a função de um telescópio é coletar e concentrar em um feixe a radiação vinda de uma determinada área do céu. No caso dos telescópios ópticos, o objetivo é coletar a luz visível --lentes e espelhos são usados para direcionar o caminho dos raios, concentrando-os em um ponto, o que faz com que eles sejam visíveis.

Na semana passada, a China anunciou oficialmente sua entrada nessa briga com a construção do Lamost, que diz ser o telescópio óptico com maior espectro do mundo, entre os equipamentos que fazem varreduras sistemáticas em campos largos no céu. Veja abaixo três dos maiores telescópios já instalados na Terra.

VLT (Very Large Telescope)

Complexo do VLT é formado por quatro telescópios de 8,2 metros de diâmetro, que podem funcionar separadamente ou em conjunto
Instalado no Monte Paranal (norte do Chile), o VLT (Very Large Telescope) é composto por quatro telescópios de 8,2 metros de diâmetro, que podem funcionar separadamente ou em conjunto --neste modo, combinando as luzes de cada unidade, o complexo equivale a um observatório de 16 metros.

Com apenas um telescópio, é possível ver objetos que são 4 bilhões de vezes mais "apagados" do que o nosso olho é capaz de observar.

Mais de 2.000 estudos foram publicados em revistas científicas com base nas observações do VLT, que é operado pela ESO (European Organisation for Astronomical Research in the Southern Hemisphere). Uma curiosidade: o complexo no Chile abrigou filmagens da última produção de James Bond, "007 - Quantum of Solace", que estreou na sexta-feira (7) no Brasil.

Keck

Telescópios Keck, no Havaí, têm dois espelhos de 10 metros de diâmetro
O observatório W. M. Keck é composto por dois telescópios com espelho de 10 metros de diâmetro. Eles estão localizados no cume de Mauna Kea, um vulcão extinto no Havaí. Trata-se de um dos maiores telescópios do mundo para observação de infravermelho, permitindo uma melhor observação dos processos de formação de planetas e estrelas.

"O fato de você poder combinar os feixes de luz dos dois telescópios permite ver detalhes muito pequenos das estruturas", afirma Roberto Costa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo).


Telescópio Gemini Sul, localizado no Chile; projeto tem participação do Brasil
Gemini
O observatório Gemini é formado por dois telescópios "gêmeos" --daí a origem do nome--, localizados em dois dos melhores lugares para observação astronômica. Uma montanha nos Andes chilenos chamada Cerro Pachon e Mauna Kea, no Havaí. "São locais com pouca chuva e estão em alta altitude, o que melhora a qualidade das imagens", afirma Mello, da UFRJ.

Os telescópios têm espelhos de 8 metros de diâmetro e também conseguem detectar luz infravermelha.

A idéia é que, juntos, os dois observatórios, que ficam em hemisférios separados, consigam ver todo o céu. O complexo foi construído por um consórcio de sete países, incluindo o Brasil.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

IMPACTOS DE ASTERÓIDES: QUEBRANDO SUPERSTIÇÕES MEDIEVAIS QUE PERDURAM EM PLENO SÉCULO XXI!!!

Quase todos os dias a imprensa mundial lança notícias sobre asteróides que passarão próximos à Terra. Algumas delas dão conta de que o impacto será fulminante e acontecerá em breve.

Filmes de ficção e aventura, como "Impacto Profundo" colaboram para disseminar o pânico, fazendo parecer líquido e certo que de fato uma colisão está a caminho.

Afinal de contas, isso tudo é ficção ou existe mesmo essa possibilidade?

Para responder essa pergunta, é importante saber primeiro o que é um asteróide e onde eles estão.

Asteróides

Asteróides são rochas irregulares cuja maioria orbita uma região do espaço entre Marte e Júpiter, conhecida como "Cinturão de Asteróides". Elas existem aos milhares e por serem muito pequenas, não são considerados planetas.

Pelo menos dezesseis desses objetos têm um diâmetro maior que 240 km e um deles, o maior de todos e batizado de Ceres(foto), tem um diâmetro de aproximadamente 1000 km.


Atualmente é aceito pela maioria dos cientistas que essas rochas são fragmentos de um planeta que não chegou a se formar, mas seus pedaços permanecem orbitando o Sol.

Os asteróides não estão presentes apenas no "Cinturão de Asteróides", mas também orbitam outras regiões do sistema solar e já foram descobertos desde o interior da órbita da Terra até para além da órbita de Saturno.

A grande maioria no entanto, orbita entre Marte e Júpiter e se permanecessem no seu lugar, praticamente não representariam riscos. No entanto, diversos mecanismos podem fazê-los sair de suas órbitas.

Como exemplo, a colisão entre os próprios asteróides ou a forte atração gravitacional de Júpiter pode modificar a trajetória alguns deles, deslocando-os do Cinturão para uma nova órbita, capaz de cruzar a órbita terrestre.

Apolos, Amor e Atens
Outro grupo de asteróides, conhecidos por Apolos, Amor e Atens, circulam em regiões distintas do Sistema Solar. Estes objetos representam um risco muito mais imediato do que os do Cinturão, já que suas órbitas naturais cruzam a órbita da Terra.

Por cruzarem nossa órbita, alguns desses objetos já atingiram nosso planeta em tempos passados. Um exemplo real dessa colisão com a Terra é a cratera formada pelo Meteoro Barringer, próximo a Winslow, no Arizona, EUA, visto abaixo.

Os asteróides Aten ficam na maior parte do tempo entre o Sol e a Terra, o que significa que vários deles cruzam a órbita do nosso planeta.

Os astrofísicos acreditam que existam milhares de asteróides Aten, mas apenas 550 foram descobertos, já que é praticamente impossível observá-los a partir da Terra.

Os asteróides são objetos pequenos e de baixa reflexão, tornando impraticável sua detecção pelos telescópios em Terra. Em outras palavras, alguns desses corpos podem chegar muito próximo de nós sem que ningúem os veja.

Esse problema está sendo contornado pelas grandes agências espaciais, que estão usando satélites para fazer uma verdadeira varredura espacial, medindo posições com grande precisão. Além do mais, os satélites podem olhar regiões próximas ao Sol sem qualquer dificuldades, impossível daqui da Terra.

O maior problema é que ninguém, da NASA, a agência espacial americana, ou da ESA, a agência européia, sabe exatamente quantos asteróides existem. Nenhum astrofísico, em nenhum observatório, pode responder com certeza essa pergunta.

Recentemente, usando dados obtidos pelo satélite infravermelho ISO( Infrared Space Observatory),da ESA, os astrônomos concluíram que existe cerca de 2 milhões de asteróides com mais de 1 quilômetro de comprimento situados no Cinturão de Asteróides, mas o número exato é uma incógnita.

Crateras de Meteoritos no Brasil

Cratera Astroblema de Piratininga




Localização: 22º 30`S, 49º10`W, Estado de São Paulo, Brasil.
Diâmetro: 12 Km,
Idade: 117 ± 17 milhões de anos
Morfologia: Forma circular com elevação central. Estruturas de deformação planar, existência de recristalização e graben anular.
Situação: Em estudo


Em sondagem realizada na Estrutura de Piratininga, nos arredores da localidade homônima (região de Bauru), foram atravessados 324 m de sedimentos da Formação Marília do Grupo Bauru (Santos et al. 1980). Hachiro et al. (1994) explicaram essa grande e localizada espessura pela associação dos sedimentos com um graben anelar, disposto concentricamente a uma estrutura de impacto de corpo celeste, que designaram de Astroblema de Piratininga.

Referência:

Hachiro, J- Astroblema de piratininga (sao paulo, brasil) - 1994. Origem e evolução de bacias Hachiro, J.; Coutinho, J.M.V.; Riccomini, C.; Coimbra, A.M.; Fernandes, L.A. 1994. O Astroblema de Piratininga (São Paulo, Brasil). In: SIMPÓSIO SOBRE O CRETÁCEO DO BRASIL, 3, Rio Claro, 1994. Boletim... Rio Claro, UNESP. p.93-96.

Revista Brasileira de Geociências, vol. 27 - 1997


Crateras de Impacto

Crateras de impacto são estruturas geologicamente formadas quando um grande Meteoróide, Asteróide ou Cometa choca-se com a superfície de um planeta, lua ou asteróides. Todos os corpos do Sistema Solar foram pesadamente bombardeados por Meteoróides ao longo de suas histórias. As superfícies da Lua, Marte e Mercúrio onde outros processos geológicos pararam há milhões de anos atrás, registro deste bombardeio estão claramente marcados em suas superfícies. Na Terra, que deve ter sido impactada até mesmo mais pesadamente que a Lua, as crateras são continuamente apagadas pela erosão e redeposição como também por novas superfícies vulcânicas e atividade tectônica. Assim foram reconhecidas só aproximadamente 120 crateras de impacto terrestres, a maioria em terrenos geologicamente estáveis da América do Norte, Europa e Austrália onde a maioria das exploração aconteceram. No Brasil, foram encontradas até agora cerca de cinco crateras reconhecidamente como formadas por impacto de objetos celestes. Imagem de satélites em órbita da Terra tem ajudado a identificar estruturas em localizações mais distantes para investigação adicional.

A cratera de Barringer no Arizona, conhecida popularmente como ''Cratera do Meteoro'', foi a primeira cratera de impacto terrestre a ser reconhecida. Foi identificado nos anos 20 por trabalhadores que descobriram fragmentos do impacto do meteorito dentro da própria cratera. Também foram encontradas várias outras crateras relativamente pequenas contendo fragmentos do Meteoróides; por muitos anos, estas sobras foram a única evidência aceita como sendo originadas do impacto. Porém, os cientistas vieram a perceber que pedaços do corpo impactante freqüentemente não sobrevivem intato a colisão.

Em eventos volumosos causados por um impactor grande, são geradas tremendas pressões e temperaturas que pode vaporizar o meteorito completamente ou pode derrete-lo completamente e pode misturar isto com rochas chamadas derretidas. Vários milhões de anos, pode corroer qualquer componente meteoritico descoberto na Terra. Em alguns casos, em outros corpos do Sistema Solar esta descobertas podem aparecer em relativa abundância de elementos que possui ferro nas rochas fundidas do impacto dentro de grandes crateras - uma assinatura química do impacto do meteorito. Desde os anos sessenta, numerosos estudos descobriram outras marcas físicas de estruturas de impacto, metamorfismo de choque. Certo choque apresentam efeitos exclusivamente e sem sombra de dúvidas metamórficos.

Asteróides: os riscos de colisão e como fazer para evitá-los

Riscos de colisão
É extremamente difícil estimar o risco real que os asteróides representam para nosso planeta.
Diariamente, um grande número de desses objetos são observados e têm suas órbitas recalculadas, mas até mesmo os pesquisadores se surpreendem com alguns asteróides que se aproximam do nosso planeta sem que tenham sido observado anteriormente.

Em dezemro de 2001, observações astronômicas mostraram que um desses objetos passaria muito próximo da Terra. No dia 7 de janeiro, esse asteróide, batizado de 2001 YB5, passou a apenas 600 mil quilômetros de distância do nosso planeta. Essa distância, duas vezes a distância entre a terra e a Lua, é considerada muito pequena em termos astronômicos.

O 2001 YB5 tinha um diâmetro estimado de 350 metros e se chocasse com a suerfície, a quantidade de energia liberada seria a mesma produzida por dezenas de bombas atômicas.

No dia 8 de marco de 2002, outro asteróide, batizado de 2002 EM7, passou a somente 461 mil quilômetros de distância. Como se deslocava da direção do Sol para a Terra, os observadores só conseguiram observá-lo 4 dias depois de ter alcançado a maior aproximação com nosso planeta.

O 2002 EM7 é um dos 10 objetos conhecidos que mais se aproximou da Terra. Caso tivesse se chocado com a superfície, produziria um estrago maior que aquele verificado em 1907, quando um asteróide destruiu uma grande extensão de floresta próximo à Unguska, na Sibéria.


Colisão em 2027
Dias atrás foi alardeado que outro asteróide, conhecido por 1999 AN10, deverá se chocar com a Terra no dia 7 de agosto de 2027. É importante informar que não existe nada que comprove que este objeto, de aproximadamente 1.5 quilômetro de diâmetro, irá de fato, colidir com a Terra.

As últimas observações mostram que a menor distância que esse corpo poderia se aproximar do nosso planeta é de 37 mil quilômetros. Essa é a menor distância, considerando-se todos os extremos.
De acordo com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, a possibilidade de choque do 1999 AN10 com a Terra é zero, mesmo assim sua passagem será muito próxima.

Para 2039, quando ocorrerá nova aproximação do 1999 AN10, as chances de impacto aumentam, mas segundo os pesquisadores Andrea Milani, Steven Chesley e Giovanni Valsecchi, o cenário é incerto, com probabilidade de impacto de 1 em 10 milhões.

O mais perigoso
Recentemente, os pesquisadores descobriram outro asteróide, batizado de 1950 DA, visto na imagem ao lado. Ao que tudo indica, até agora esse é o objeto que maiores chances tem de impactar diretamente com a Terra.

Segundo dados do JPL, as chances de colisão são da ordem de 1 em 300 e deverá acontecer no ano de 2880. Esse objeto, um esferóide assimétrico, tem um diâmetro de 1.1 km e gira ao rodor do próprio eixo em 2.1 horas, o mais rápido movimento rotacional observado em um asteróide desse tamanho.


Conclusão
Pelo que foi exposto, torna-se claro que, para os objetos conhecidos, e que têm sua dinâmica orbital estudada continuamente, os riscos de impacto são muito baixos. O problema surge com os asteróides desconhecidos, que se aproximam sem serem vistos,além de asteróides como 1999 AN10, que se aproximam muito da Terra.

Cientistas especializados em riscos planetários dizem que se um asteróide de grandes proporções rumasse de fato em direção à Terra, não haveria tempo suficiente para uma contra medida.

Todas as peripécias vistas em filmes, como bombas nucleares fragmentando os asteróides, são de fato ficção, já que a tecnologia necessária para isso não existe.
Estimativas mostram que seriam necessários pelo menos 20 anos, após a detecção de um asteróide em rota de colisão, para que uma tecnologia para desviá-lo ou destruí-lo fosse desenvolvida.

A dúvida atual é a de quantos asteróides ainda não descobertos poderão nos surpreender, já que surgem quase de repente à nossa frente.

Isso é a realidade, cuidado com especulações catástrofistas.

fonte- grande parte: apolo11.com