sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

IMPACTOS DE ASTERÓIDES: QUEBRANDO SUPERSTIÇÕES MEDIEVAIS QUE PERDURAM EM PLENO SÉCULO XXI!!!

Quase todos os dias a imprensa mundial lança notícias sobre asteróides que passarão próximos à Terra. Algumas delas dão conta de que o impacto será fulminante e acontecerá em breve.

Filmes de ficção e aventura, como "Impacto Profundo" colaboram para disseminar o pânico, fazendo parecer líquido e certo que de fato uma colisão está a caminho.

Afinal de contas, isso tudo é ficção ou existe mesmo essa possibilidade?

Para responder essa pergunta, é importante saber primeiro o que é um asteróide e onde eles estão.

Asteróides

Asteróides são rochas irregulares cuja maioria orbita uma região do espaço entre Marte e Júpiter, conhecida como "Cinturão de Asteróides". Elas existem aos milhares e por serem muito pequenas, não são considerados planetas.

Pelo menos dezesseis desses objetos têm um diâmetro maior que 240 km e um deles, o maior de todos e batizado de Ceres(foto), tem um diâmetro de aproximadamente 1000 km.


Atualmente é aceito pela maioria dos cientistas que essas rochas são fragmentos de um planeta que não chegou a se formar, mas seus pedaços permanecem orbitando o Sol.

Os asteróides não estão presentes apenas no "Cinturão de Asteróides", mas também orbitam outras regiões do sistema solar e já foram descobertos desde o interior da órbita da Terra até para além da órbita de Saturno.

A grande maioria no entanto, orbita entre Marte e Júpiter e se permanecessem no seu lugar, praticamente não representariam riscos. No entanto, diversos mecanismos podem fazê-los sair de suas órbitas.

Como exemplo, a colisão entre os próprios asteróides ou a forte atração gravitacional de Júpiter pode modificar a trajetória alguns deles, deslocando-os do Cinturão para uma nova órbita, capaz de cruzar a órbita terrestre.

Apolos, Amor e Atens
Outro grupo de asteróides, conhecidos por Apolos, Amor e Atens, circulam em regiões distintas do Sistema Solar. Estes objetos representam um risco muito mais imediato do que os do Cinturão, já que suas órbitas naturais cruzam a órbita da Terra.

Por cruzarem nossa órbita, alguns desses objetos já atingiram nosso planeta em tempos passados. Um exemplo real dessa colisão com a Terra é a cratera formada pelo Meteoro Barringer, próximo a Winslow, no Arizona, EUA, visto abaixo.

Os asteróides Aten ficam na maior parte do tempo entre o Sol e a Terra, o que significa que vários deles cruzam a órbita do nosso planeta.

Os astrofísicos acreditam que existam milhares de asteróides Aten, mas apenas 550 foram descobertos, já que é praticamente impossível observá-los a partir da Terra.

Os asteróides são objetos pequenos e de baixa reflexão, tornando impraticável sua detecção pelos telescópios em Terra. Em outras palavras, alguns desses corpos podem chegar muito próximo de nós sem que ningúem os veja.

Esse problema está sendo contornado pelas grandes agências espaciais, que estão usando satélites para fazer uma verdadeira varredura espacial, medindo posições com grande precisão. Além do mais, os satélites podem olhar regiões próximas ao Sol sem qualquer dificuldades, impossível daqui da Terra.

O maior problema é que ninguém, da NASA, a agência espacial americana, ou da ESA, a agência européia, sabe exatamente quantos asteróides existem. Nenhum astrofísico, em nenhum observatório, pode responder com certeza essa pergunta.

Recentemente, usando dados obtidos pelo satélite infravermelho ISO( Infrared Space Observatory),da ESA, os astrônomos concluíram que existe cerca de 2 milhões de asteróides com mais de 1 quilômetro de comprimento situados no Cinturão de Asteróides, mas o número exato é uma incógnita.

Crateras de Meteoritos no Brasil

Cratera Astroblema de Piratininga




Localização: 22º 30`S, 49º10`W, Estado de São Paulo, Brasil.
Diâmetro: 12 Km,
Idade: 117 ± 17 milhões de anos
Morfologia: Forma circular com elevação central. Estruturas de deformação planar, existência de recristalização e graben anular.
Situação: Em estudo


Em sondagem realizada na Estrutura de Piratininga, nos arredores da localidade homônima (região de Bauru), foram atravessados 324 m de sedimentos da Formação Marília do Grupo Bauru (Santos et al. 1980). Hachiro et al. (1994) explicaram essa grande e localizada espessura pela associação dos sedimentos com um graben anelar, disposto concentricamente a uma estrutura de impacto de corpo celeste, que designaram de Astroblema de Piratininga.

Referência:

Hachiro, J- Astroblema de piratininga (sao paulo, brasil) - 1994. Origem e evolução de bacias Hachiro, J.; Coutinho, J.M.V.; Riccomini, C.; Coimbra, A.M.; Fernandes, L.A. 1994. O Astroblema de Piratininga (São Paulo, Brasil). In: SIMPÓSIO SOBRE O CRETÁCEO DO BRASIL, 3, Rio Claro, 1994. Boletim... Rio Claro, UNESP. p.93-96.

Revista Brasileira de Geociências, vol. 27 - 1997


Crateras de Impacto

Crateras de impacto são estruturas geologicamente formadas quando um grande Meteoróide, Asteróide ou Cometa choca-se com a superfície de um planeta, lua ou asteróides. Todos os corpos do Sistema Solar foram pesadamente bombardeados por Meteoróides ao longo de suas histórias. As superfícies da Lua, Marte e Mercúrio onde outros processos geológicos pararam há milhões de anos atrás, registro deste bombardeio estão claramente marcados em suas superfícies. Na Terra, que deve ter sido impactada até mesmo mais pesadamente que a Lua, as crateras são continuamente apagadas pela erosão e redeposição como também por novas superfícies vulcânicas e atividade tectônica. Assim foram reconhecidas só aproximadamente 120 crateras de impacto terrestres, a maioria em terrenos geologicamente estáveis da América do Norte, Europa e Austrália onde a maioria das exploração aconteceram. No Brasil, foram encontradas até agora cerca de cinco crateras reconhecidamente como formadas por impacto de objetos celestes. Imagem de satélites em órbita da Terra tem ajudado a identificar estruturas em localizações mais distantes para investigação adicional.

A cratera de Barringer no Arizona, conhecida popularmente como ''Cratera do Meteoro'', foi a primeira cratera de impacto terrestre a ser reconhecida. Foi identificado nos anos 20 por trabalhadores que descobriram fragmentos do impacto do meteorito dentro da própria cratera. Também foram encontradas várias outras crateras relativamente pequenas contendo fragmentos do Meteoróides; por muitos anos, estas sobras foram a única evidência aceita como sendo originadas do impacto. Porém, os cientistas vieram a perceber que pedaços do corpo impactante freqüentemente não sobrevivem intato a colisão.

Em eventos volumosos causados por um impactor grande, são geradas tremendas pressões e temperaturas que pode vaporizar o meteorito completamente ou pode derrete-lo completamente e pode misturar isto com rochas chamadas derretidas. Vários milhões de anos, pode corroer qualquer componente meteoritico descoberto na Terra. Em alguns casos, em outros corpos do Sistema Solar esta descobertas podem aparecer em relativa abundância de elementos que possui ferro nas rochas fundidas do impacto dentro de grandes crateras - uma assinatura química do impacto do meteorito. Desde os anos sessenta, numerosos estudos descobriram outras marcas físicas de estruturas de impacto, metamorfismo de choque. Certo choque apresentam efeitos exclusivamente e sem sombra de dúvidas metamórficos.

Asteróides: os riscos de colisão e como fazer para evitá-los

Riscos de colisão
É extremamente difícil estimar o risco real que os asteróides representam para nosso planeta.
Diariamente, um grande número de desses objetos são observados e têm suas órbitas recalculadas, mas até mesmo os pesquisadores se surpreendem com alguns asteróides que se aproximam do nosso planeta sem que tenham sido observado anteriormente.

Em dezemro de 2001, observações astronômicas mostraram que um desses objetos passaria muito próximo da Terra. No dia 7 de janeiro, esse asteróide, batizado de 2001 YB5, passou a apenas 600 mil quilômetros de distância do nosso planeta. Essa distância, duas vezes a distância entre a terra e a Lua, é considerada muito pequena em termos astronômicos.

O 2001 YB5 tinha um diâmetro estimado de 350 metros e se chocasse com a suerfície, a quantidade de energia liberada seria a mesma produzida por dezenas de bombas atômicas.

No dia 8 de marco de 2002, outro asteróide, batizado de 2002 EM7, passou a somente 461 mil quilômetros de distância. Como se deslocava da direção do Sol para a Terra, os observadores só conseguiram observá-lo 4 dias depois de ter alcançado a maior aproximação com nosso planeta.

O 2002 EM7 é um dos 10 objetos conhecidos que mais se aproximou da Terra. Caso tivesse se chocado com a superfície, produziria um estrago maior que aquele verificado em 1907, quando um asteróide destruiu uma grande extensão de floresta próximo à Unguska, na Sibéria.


Colisão em 2027
Dias atrás foi alardeado que outro asteróide, conhecido por 1999 AN10, deverá se chocar com a Terra no dia 7 de agosto de 2027. É importante informar que não existe nada que comprove que este objeto, de aproximadamente 1.5 quilômetro de diâmetro, irá de fato, colidir com a Terra.

As últimas observações mostram que a menor distância que esse corpo poderia se aproximar do nosso planeta é de 37 mil quilômetros. Essa é a menor distância, considerando-se todos os extremos.
De acordo com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, a possibilidade de choque do 1999 AN10 com a Terra é zero, mesmo assim sua passagem será muito próxima.

Para 2039, quando ocorrerá nova aproximação do 1999 AN10, as chances de impacto aumentam, mas segundo os pesquisadores Andrea Milani, Steven Chesley e Giovanni Valsecchi, o cenário é incerto, com probabilidade de impacto de 1 em 10 milhões.

O mais perigoso
Recentemente, os pesquisadores descobriram outro asteróide, batizado de 1950 DA, visto na imagem ao lado. Ao que tudo indica, até agora esse é o objeto que maiores chances tem de impactar diretamente com a Terra.

Segundo dados do JPL, as chances de colisão são da ordem de 1 em 300 e deverá acontecer no ano de 2880. Esse objeto, um esferóide assimétrico, tem um diâmetro de 1.1 km e gira ao rodor do próprio eixo em 2.1 horas, o mais rápido movimento rotacional observado em um asteróide desse tamanho.


Conclusão
Pelo que foi exposto, torna-se claro que, para os objetos conhecidos, e que têm sua dinâmica orbital estudada continuamente, os riscos de impacto são muito baixos. O problema surge com os asteróides desconhecidos, que se aproximam sem serem vistos,além de asteróides como 1999 AN10, que se aproximam muito da Terra.

Cientistas especializados em riscos planetários dizem que se um asteróide de grandes proporções rumasse de fato em direção à Terra, não haveria tempo suficiente para uma contra medida.

Todas as peripécias vistas em filmes, como bombas nucleares fragmentando os asteróides, são de fato ficção, já que a tecnologia necessária para isso não existe.
Estimativas mostram que seriam necessários pelo menos 20 anos, após a detecção de um asteróide em rota de colisão, para que uma tecnologia para desviá-lo ou destruí-lo fosse desenvolvida.

A dúvida atual é a de quantos asteróides ainda não descobertos poderão nos surpreender, já que surgem quase de repente à nossa frente.

Isso é a realidade, cuidado com especulações catástrofistas.

fonte- grande parte: apolo11.com

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